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11 de julho de 2025Título: Nova Esperança para a Depressão Resistente: Esketamina como Terapia Única Mostra Eficácia em Novo Estudo
A jornada para encontrar um tratamento eficaz para a depressão pode ser longa e, para muitos, frustrante. Quando múltiplos tratamentos com antidepressivos orais não trazem a melhora esperada, entramos no que a psiquiatria chama de
Depressão Resistente ao Tratamento (DRT). Essa condição afeta uma parcela significativa dos pacientes e representa um grande desafio clínico.
Até agora, o spray nasal de esketamina, uma importante ferramenta no nosso arsenal terapêutico, era aprovado para uso apenas em conjunto com um antidepressivo oral. No entanto, muitos pacientes com DRT enfrentam dificuldades com os antidepressivos orais, seja pela falta de resposta ou por efeitos colaterais limitantes, como ganho de peso, disfunção sexual ou fadiga.
Uma pergunta permanecia: a esketamina poderia ser eficaz se usada sozinha?
Um novo e robusto estudo clínico, publicado na prestigiada revista
JAMA Psychiatry, traz uma resposta promissora a essa questão.
O Estudo Inovador
Pesquisadores conduziram um ensaio clínico randomizado, duplo-cego e controlado por placebo — o padrão-ouro da pesquisa científica — para avaliar a eficácia e a segurança da esketamina em monoterapia (ou seja, usada isoladamente) em adultos com DRT. Os participantes foram tratados com doses fixas de esketamina (56 mg ou 84 mg) ou um placebo, duas vezes por semana, durante quatro semanas.
Resultados Surpreendentes e Encorajadores
Os resultados foram estatisticamente significantes e clinicamente muito relevantes:
- Ação Rápida: Uma melhora nos sintomas depressivos foi observada em apenas 24 horas após a primeira dose para ambos os grupos de esketamina, um benefício substancial em comparação com o início de ação mais lento dos antidepressivos tradicionais.
- Eficácia Sustentada: A melhora significativa nos sintomas depressivos, medida pela Escala de Depressão de Montgomery-Åsberg (MADRS), foi mantida ao longo das quatro semanas do estudo. Ambas as doses (56 mg e 84 mg) foram superiores ao placebo.
- Segurança e Tolerabilidade: Os efeitos colaterais mais comuns foram náusea (24,8%), dissociação (24,3%), tontura (21,7%) e dor de cabeça (19,0%). A maioria desses eventos foi de intensidade leve a moderada, ocorrendo no dia da aplicação e resolvendo-se no mesmo dia, dentro do período de observação clínica. O perfil de segurança foi consistente com o que já conhecíamos de estudos anteriores.
O que Isso Significa para os Pacientes?
Essas descobertas são um marco importante. Elas apoiam o uso da esketamina como uma opção de monoterapia para pacientes com Depressão Resistente ao Tratamento.
Isso abre uma nova porta especialmente para aqueles que:
- Não obtiveram resposta a múltiplos antidepressivos orais.
- Sofrem com efeitos colaterais intoleráveis dos medicamentos convencionais.
A possibilidade de usar a esketamina isoladamente pode expandir as opções de tratamento, oferecendo uma alternativa eficaz e de ação rápida que atende a uma necessidade crítica de uma população de pacientes particularmente vulnerável.
É fundamental lembrar que o tratamento com esketamina é um procedimento médico realizado em ambiente clínico sob supervisão profissional, garantindo a segurança e o monitoramento adequado do paciente.
Se você ou alguém que você conhece luta contra a depressão e não encontrou alívio com os tratamentos convencionais, a ciência continua avançando. Converse com seu psiquiatra para entender se essa pode ser uma opção viável para o seu caso.
Aviso Legal: Este post tem caráter informativo e não substitui uma consulta médica. As decisões sobre tratamento devem ser tomadas em conjunto com um profissional de saúde qualificado.
Fonte: Janik A, et al. Esketamine Monotherapy in Adults With Treatment-Resistant Depression: A Randomized Clinical Trial. JAMA Psychiatry.
Publicado online em 2 de julho de 2025.