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21 de maio de 2025Medicamentos para diabetes e obesidade também podem melhorar a saúde mental? Novo estudo reforça os benefícios dos agonistas do receptor GLP-1
Os agonistas do receptor do peptídeo semelhante ao glucagon tipo 1 (GLP-1), como liraglutida e semaglutida, já são amplamente utilizados no tratamento da obesidade e do diabetes tipo 2. Mas qual o impacto dessas medicações sobre a saúde mental?
Uma nova metanálise publicada no JAMA Psychiatry analisou 80 ensaios clínicos randomizados, com mais de 107 mil pacientes, e trouxe achados relevantes sobre os efeitos psiquiátricos, cognitivos e na qualidade de vida dos GLP-1 RAs:
Resultados principais:
- Não houve aumento do risco de eventos psiquiátricos graves (como depressão maior, suicidabilidade ou psicose) ou leves (como ansiedade ou insônia) comparado ao placebo.
- Melhora significativa nos padrões alimentares disfuncionais, com aumento de controle sobre impulsos alimentares (restrição cognitiva) e redução da alimentação emocional.
- Aumento da qualidade de vida em diversos domínios:
- Saúde mental (g = 0,15)
- Saúde física (g = 0,20)
- Qualidade de vida relacionada ao diabetes (g = 0,23)
- Qualidade de vida relacionada ao peso (g = 0,27)
Esses resultados se mantiveram mesmo após análises de sensibilidade e não foram mediadas apenas pela perda de peso ou melhora da glicemia, o que levanta a hipótese de que os efeitos positivos podem ser mediados também por mecanismos neurobiológicos diretos no cérebro, atuando em áreas como o sistema de recompensa.
Por que isso importa?
Obesidade e diabetes são condições crônicas fortemente associadas a depressão, ansiedade e piora da qualidade de vida. Frequentemente, pacientes com esses diagnósticos enfrentam estigmas e dificuldades emocionais, além dos impactos metabólicos. A evidência de que os GLP-1 RAs podem ajudar também no bem-estar psicológico oferece uma nova perspectiva para o tratamento integrado da saúde física e mental.
Importante destacar: os estudos incluídos nesta revisão excluíram pacientes com diagnósticos psiquiátricos graves, o que limita a generalização direta para todos os casos. Contudo, os dados apontam para um perfil de segurança robusto e promissor.